Por que a ascensão de Cristo é essencial?
O ascensão de Jesus ao céu não foi algo errado, mas sim o clímax de nossa história de redenção. A pergunta dos discípulos em Atos 1:6 trás dúvidas à muitas pessoas. Por que Jesus teve que ir? Não seria um grande trunfo para nossos trabalhos e missões ter Jesus ainda por perto?
Do jeito que está, a Ascensão se encaixa nas dúvidas mais sombrias de um cético sobre a narrativa do evangelho. Quão conveniente é que o Messias supostamente ressuscitado desapareça sem se mostrar isso a ninguém além de seus amigos e familiares?
A Bíblia, no entanto, se recusa a concordar com sensibilidades. Longe de tratar a Ascensão como uma estranha despedida cuja função principal é explicar por que Jesus não está mais por perto, as Escrituras falam dela como uma parte necessária do plano de Deus.
Não só é necessária, mas os discípulos até se referem a ela como uma prova primária da identidade messiânica de Jesus.
Em vez de tentar explicar sua ausência, eles a divulgam com vigor. A Ascensão está em pé de igualdade com a Crucificação e Ressurreição nas primeiras declarações do evangelho (Atos 2:33–36; 3:18–21; 5:30–31).
Até mesmo Jesus conecta a Ascensão com sua morte e ressurreição. Quando Maria Madalena o vê após sua ressurreição, ele não está simplesmente passeando, apreciando o fato de que tudo foi realizado. Não, é um homem em missão, e Jesus ainda diz: “Não me detenhas, porque ainda não subi para o Pai” (João 20:17).
No entanto, é raro ouvir a Ascensão ser pregada com ênfase em qualquer lugar próximo ao que foi colocado na Cruz ou no túmulo vazio.
Ao tentar explicar a Ascensão, os teólogos rapidamente apontam as coisas que Jesus faz depois, explicando que essa é a porta de entrada para sua obra sacerdotal de intercessão, um pré-requisito para o envio do Espírito Santo e o início de seu reinado celestial.
Ainda assim, não é fácil compreender o por que Jesus teve que deixar a terra para fazer essas coisas. Por que ele teve que ir?
A teologia bíblica nos oferece respostas surpreendentemente claras a essa pergunta, que nos permitem ver a Ascensão em seu contexto apropriado. A Ascensão não é um estranho ato de desaparecimento que Jesus faz no final, mas a pedra angular de tudo o que ele fez em sua paixão.
A Ascensão é o ato triunfal que envolve os ministérios real e sacerdotal do Messias, no qual o herdeiro de Davi ascende para reinar, e o grande sumo sacerdote completa a apresentação do sacrifício expiatório.
A Ascensão parece ser a visão profética de Daniel 7:13-14. Nessa visão, o Filho do Homem, rodeado de nuvens, aproxima-se do trono do Ancião de Dias e recebe o domínio de um reino eterno. Observe que a profecia não mostra o governo do Messias começando com um reino terreno, mas muito especificamente com um reino celestial.
Se Jesus tivesse permanecido na terra e tentado reivindicar seu reinado, então ele não poderia ter sido o Messias, pois o verdadeiro Filho do Homem havia sido profetizado como ascendendo à presença de Deus, para receber seu reinado.
A Ascensão é a coroação triunfal do rei messiânico. Jesus fez o que se esperava que os bons reis do mundo antigo fizessem: ele salvou seu povo de seus inimigos, derrotou os poderes do pecado, de Satanás e da morte, e agora faz sua ascensão ao trono, assim como os antigos reis davídicos fizeram sua ascensão de volta a Jerusalém após uma campanha militar bem-sucedida.